Na campanha eleitoral de 18 de maio, a saúde tem sido um tema central, com críticas e propostas sobre o fecho de urgências, listas de espera, falta de médicos de família e a gestão do Serviço Nacional de Saúde (SNS). O presidente da comissão de reorganização das urgências, Alberto Caldas Afonso, afirma que muitas críticas são feitas sem conhecimento sólido, destacando que o SNS oferece uma resposta adequada e de qualidade, adaptada às necessidades clínicas.
Caldas Afonso sublinha que a sobrecarga das urgências, sobretudo com casos não urgentes, reduz a qualidade e rapidez do atendimento. O modelo que obriga a contactar a Linha SNS 24 antes de ir às urgências tem sido um sucesso, desviando casos menos graves para os cuidados primários ou consultas hospitalares apropriadas. Este sistema reduziu drasticamente os tempos de espera e evitou filas de ambulâncias nos picos de inverno.
O pediatra critica a forma “populista” como muitos políticos discutem a saúde, sem olhar para os avanços reais. Compara o SNS com outros países, como a Dinamarca, que segue um modelo semelhante, e destaca que Portugal está entre os melhores do mundo na área materno-infantil.
Apesar dos progressos, reconhece que o SNS enfrenta desafios, especialmente na falta de recursos humanos. Formar um médico especialista demora 15 anos, e a saída de profissionais para a reforma é um problema. Defende, por isso, medidas estruturais e corajosas para manter a excelência do SNS, sem perder o que já foi alcançado.