O incêndio que deflagrou na segunda-feira no concelho de Aljustrel, distrito de Beja, causou grandes estragos, afetando especialmente os agricultores da região. Segundo António Aires, presidente da Associação de Agricultores do Campo Branco (AACB), um dos agricultores mais atingidos perdeu quase toda a sua exploração de 400 hectares na zona de Carregueiro. Sobraram apenas cerca de 15 a 20 hectares, tendo as chamas destruído cereais, palha para alimentação dos animais, vedações e algumas viaturas.
A AACB está a avaliar os prejuízos e necessidades dos seus associados, garantindo que será fornecido alimento aos animais dos agricultores afetados. A associação conta com a solidariedade de outros agricultores para disponibilizar palha e feno, num ano em que estes recursos foram abundantes devido às chuvas.
O incêndio, que começou no Monte do Cerro, mobilizou seis meios aéreos e mais de 250 operacionais, consumindo vastas áreas de pasto e obrigando à retirada de pessoas de três residências. Sete bombeiros foram assistidos devido a exaustão e inalação de fumos, com três necessitando de hospitalização. As chamas também causaram cortes temporários em rodovias, como a EN2 entre Aljustrel e Castro Verde.
Os trabalhos de rescaldo e vigilância continuam, com 185 operacionais e 64 viaturas ainda no local. O presidente da AACB destacou as difíceis condições do dia do incêndio, com vento forte e muita vegetação seca, que dificultaram o controlo das chamas. O fogo terá consumido cerca de 1.000 hectares, segundo o presidente da Câmara de Aljustrel, Carlos Teles.