Depeche Mode: A Jornada Eletrónica de uma Lenda do Rock Alternativo
Quando pensamos nos anos 80 e 90, é impossível não recordar o som distinto e a atmosfera única de Depeche Mode. Esta banda britânica, formada em Basildon, Essex, em 1980, não só definiu uma era, como também se tornou num ícone intemporal da música eletrónica e do rock alternativo. Para muitos de nós, esses anos foram marcados por calças de ganga demasiado justas, cabelos que desafiavam a gravidade e walkmans que nos acompanhavam em todas as aventuras. E, claro, lá estavam Depeche Mode a fazer a banda sonora das nossas vidas.
Começaram como um quarteto de jovens entusiastas de sintetizadores, mas rapidamente se destacaram com o álbum "Violator" (1990), que trouxe clássicos como "Enjoy the Silence" e "Personal Jesus". Estas músicas não só conquistaram as discotecas, como também transformaram Depeche Mode em verdadeiros rockstars. E, sim, podemos chamar-lhes rockstars embora raramente tenham pegado numa guitarra acústica. Afinal, quem precisa de guitarras quando se pode criar magia com teclados e samplers?
Os anos 80 foram a época dourada da experimentação. Depeche Mode era aquele amigo que todos tínhamos e que nos apresentava sons novos, estranhos e absolutamente viciantes. "Just Can’t Get Enough", do álbum "Speak & Spell" (1981), era a música perfeita para dançar até cairmos de cansaço — ou até os nossos pais nos mandarem parar de saltar no sofá.
Já os anos 90 trouxeram uma vibe mais sombria e introspetiva, refletida em álbuns como "Songs of Faith and Devotion" (1993). Aqui, a banda explorou temas como a fé, a devoção (óbvio) e a natureza humana, tudo isso envolvido num som que era uma mistura de eletrónica, rock e até toques de gospel. Dave Gahan, com a sua voz grave e carismática, Martin Gore, o génio das letras e sintetizadores, e Andy Fletcher, o backbone da banda, criaram algo que era mais do que música — era uma experiência.
Hoje, olhar para trás é inevitavelmente acompanhado por uma pontinha de saudade. Saudade dos concertos onde todos cantávamos "Never Let Me Down Again" enquanto balançávamos os braços ao ritmo da música. Saudade das casetes que passávamos vezes sem conta até ficarem completamente gastas. E, claro, saudade daquele tempo em que achávamos que usar óculos de sol à noite era o ápice do estilo.
Mas, apesar da nostalgia, Depeche Mode continua aí, provando que a música eletrónica pode ser tão poderosa e emocional como qualquer outro género. E, sejamos honestos, quem não gosta de uma banda que nos faz dançar, pensar e rir ao mesmo tempo? Afinal, como diriam eles, "everything counts in large amounts".
Ainda bem que existiram (e existem) para nos lembrar que, por vezes, basta um bom sintetizador e uma atitude para mudar o mundo — ou, pelo menos, a nossa playlist.