Temos de estar preparados para custos mais altos
António Moura Portugal, em entrevista à Lusa, alertou que o aumento dos custos das matérias-primas, impostos, taxas e do combustível de aviação sustentável (SAF) terá de ser suportado por alguém. Desde janeiro, os voos na UE devem incluir pelo menos 2% de SAF, produzido a partir de resíduos como óleo alimentar usado, percentagem que aumentará nos próximos anos.
O diretor executivo da associação avisa que as companhias aéreas vão cumprir as metas, mas a questão é a quem caberá pagar por isso. Com base nos balanços e projeções das empresas, ele acredita que será impossível absorver esses custos de forma permanente.
Viagens mais caras e mudanças no setor
Moura Portugal prevê que, no futuro, as viagens de curta distância possam ficar mais caras, funcionando como um desincentivo. Ele defende uma maior aposta em voos intercontinentais com aviões de maior capacidade, permitindo um uso mais eficiente dos slots aeroportuários.
Quanto às companhias "low cost", estas só podem ser "low cost" nas tarifas, já que pagam as mesmas taxas e impostos que as restantes. Isso pode levar a uma maior consciência por parte dos passageiros sobre o que estão a pagar, algo que o responsável considera positivo.
Taxa de carbono
Pela primeira vez, parte da taxa de carbono cobrada aos passageiros aéreos será reinvestida no setor da aviação, o que poderá trazer algum alívio ao sector.