A NOVA Medical School da Universidade NOVA de Lisboa vai abrir na próxima semana as candidaturas ao programa NOVA Medical Global Talent Initiative, destinado a atrair investigadores internacionais, especialmente dos Estados Unidos, onde os cortes no financiamento à ciência têm causado descontentamento. O programa, que conta com o apoio do Haddad NOVA Medical Innovation Centre, oferece salários durante três anos, apoio ao alojamento por seis meses e ajuda na transferência e formação de equipas de trabalho. No entanto, para ser sustentável, será necessário obter financiamento adicional no futuro.
Helena Canhão, responsável pela iniciativa, destacou que o objetivo é aproveitar a possível "fuga de cérebros" dos EUA, atraindo talentos que possam contribuir para áreas prioritárias como saúde global, saúde mental, cancro, inteligência artificial, tecnologia e nutrição. O programa visa reforçar a NOVA Medical School como um centro de excelência científica e inovação em saúde, afirmando Portugal como um polo atrativo para investigadores e médicos internacionais.
Cláudio Haddad, presidente da Fundação Haddad, sublinhou a importância do investimento em ciência para enfrentar os desafios globais da saúde, destacando o papel do programa em posicionar Portugal como um farol de inovação.
A iniciativa surge num contexto em que 75% dos cientistas norte-americanos consideram deixar o país devido aos cortes na investigação durante a administração Trump. A Universidade de Aix-Marseille, em França, já recebeu centenas de candidaturas de investigadores norte-americanos, mostrando que a Europa pode ser uma alternativa atrativa.
A NOVA Medical School, que celebra 45 anos, possui uma rede de mais de 25 unidades de saúde e pretende consolidar-se como uma plataforma internacional de excelência científica.