A Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM) expressou preocupações sobre a prova final de Matemática do 9.º ano, destacando três aspetos principais: a não divulgação pública do exame, a aplicação em formato digital e a falta de debate prévio sobre estas mudanças.
A SPM critica a decisão do Governo de não publicar a prova, inspirada na metodologia das avaliações internacionais PISA, argumentando que isso impede o escrutínio por professores e especialistas, essencial para garantir a sua qualidade pedagógica. Além disso, a falta de validação externa pode comprometer a credibilidade do sistema de avaliação, já que o país tem um historial de questões mal elaboradas e notas inflacionadas que não condizem com os resultados internacionais.
Sobre o formato digital, a SPM alerta que pode limitar o alcance pedagógico da prova, favorecendo questões de resposta curta ou múltipla escolha em detrimento de itens que exijam raciocínio matemático detalhado. A ausência de revisão externa aumenta o risco de erros ou enviesamentos nos itens.
A SPM teme que estes problemas, sem o devido debate, reduzam o valor formativo e avaliativo das provas, prejudicando o desempenho dos alunos. Algumas escolas relataram “problemas técnicos” durante a prova, mas o Ministério da Educação garantiu que nenhum aluno será prejudicado na avaliação.