O diretor da PSP, Luís Carrilho, afirmou hoje que a polícia está preparada para assumir novas competências no controlo de fronteiras e gestão de estrangeiros. No entanto, alertou para a redução do efetivo policial face ao “aumento significativo” da atividade nos últimos anos. Durante a cerimónia que assinalou os 158 anos da PSP, Carrilho garantiu que a instituição está pronta para assegurar uma transição “segura, eficaz e respeitadora da legalidade e da dignidade humana”, considerando este reforço de atribuições um sinal de confiança do Estado.
O Governo propõe a criação de uma Unidade Nacional de Estrangeiros e Fronteiras na PSP, conhecida como “mini-SEF”, cuja discussão na Assembleia da República está marcada para sexta-feira. Esta medida surge após o fim do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) em 2023 e a redistribuição das suas funções por várias entidades. A nova unidade será responsável pelo controlo de fronteiras, fiscalização de imigrantes e expulsão de quem não cumpre as regras.
Carrilho reconheceu os desafios estruturais da PSP, incluindo a necessidade de reforçar os recursos humanos. Este mês, 459 novos agentes terminam a formação e serão distribuídos pelo país, com prioridade para Lisboa. Além disso, será iniciado um novo curso com cerca de 800 candidatos. O diretor defendeu a necessidade de tornar a profissão mais atrativa, com melhores condições salariais, estabilidade nas carreiras e apoio à conciliação entre vida profissional e pessoal.
Atualmente, a PSP tem cerca de 20 mil polícias e 600 técnicos. Carrilho sublinhou a importância de aumentar o número de profissionais para cumprir as missões da polícia e libertar agentes para atividades operacionais, destacando a necessidade de planeamento estratégico e vontade política para alcançar estes objetivos.