Diego Marín, de 62 anos, conhecido como o “czar do contrabando” na Colômbia ou “Papá Smurf”, é suspeito de liderar, desde 2023, uma rede criminosa envolvida em contrabando e suborno de funcionários públicos, incluindo agentes da Polícia Nacional. Atualmente em prisão preventiva no Porto, foi detido em dezembro de 2024 na Póvoa de Varzim, após fugir de Espanha, onde aguardava um pedido de extradição feito pelas autoridades colombianas.
O Tribunal da Relação do Porto (TRP) decidiu pela extradição, mas esta só poderá ser executada após uma decisão definitiva da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) sobre o pedido de proteção de Marín. O seu advogado, Vítor Parente Ribeiro, anunciou que vai recorrer para o Supremo Tribunal de Justiça e para o Tribunal Constitucional, alegando que os tribunais portugueses estão a desrespeitar os Direitos Humanos. Marín afirma que, se extraditado, enfrentará “uma pena de morte” na Colômbia, alegando ser vítima de perseguição política.
O TRP rejeitou estes argumentos, considerando que não há provas de que o processo seja motivado por perseguição política ou que Marín corra risco de execução. O tribunal destacou que, embora o Presidente colombiano, Gustavo Petro, tenha manifestado publicamente o desejo de ver Marín extraditado, isso não prova que o caso seja movido por razões políticas. Petro pediu formalmente a extradição de Marín, descrevendo-o como “o maior contrabandista da história contemporânea da Colômbia” e ligando o contrabando ao branqueamento de capitais do tráfico de droga.
O caso tem gerado grande interesse na comunicação social colombiana, mas o TRP sublinhou que isso não implica perseguição política ou risco para a vida de Marín e da sua família.