Após problemas informáticos no Tribunal de São João Novo, no Porto, que atrasaram a nona sessão do julgamento de manhã, as audiências recomeçaram à tarde. O objetivo era ouvir testemunhas adiadas desde 25 de março.
José Miguel, sócio do FC Porto há 25 anos, declarou que Fernando Madureira o acusou de dividir o clube após ele não aplaudir o discurso de Pinto da Costa. Alegou ainda que Madureira o insultou e incitou incidentes. José Miguel relatou ainda que indivíduos, presumivelmente da claque Super Dragões, incluindo Sandra Madureira (mulher de Fernando e também arguida), impediram o uso de telemóveis para filmagens no Dragão Arena.
O seu grupo, que incluía amigos de André Villas-Boas, mudou de bancada após sentir-se intimidado, tendo depois sido alvo de agressões físicas. Afonso Calheiros, outro sócio presente na assembleia geral do clube, afirmou ter ouvido Vítor ‘Catão’ ameaçar matar Villas-Boas e os seus apoiantes, além de descrever uma agressão inicial cometida por ‘Aleixo’ filho.
A defesa de ‘Catão’ pediu uma certidão por falsas declarações contra Calheiros, já que este afirmou ter visto o arguido junto da comunicação social às 20h, tendo ele chegado apenas às 21h. O pedido foi aceite pela juíza.
Funcionárias do FC Porto que trabalharam na credenciação da assembleia testemunharam várias tentativas de acesso irregular, incluindo sócios a tentarem entrar com cartões que não eram seus. Liliana Costa destacou que Sandra Madureira contestou a necessidade de apresentar documentos de identificação.
O julgamento, que já acumula dezenas de depoimentos, continua com novas audiências marcadas para segunda-feira, dia 1 de abril. Dos 12 arguidos da Operação Pretoriano, Fernando Madureira é o único em prisão preventiva, enquanto os restantes foram libertados em fases diferentes.
Os crimes em questão incluem coação, ameaça agravada, ofensa à integridade física, instigação pública a crimes e atentado à liberdade de informação, relacionados com a assembleia geral do FC Porto em novembro de 2023.
