Pátios urbanos entre edifícios: concebidos para caminhar e desfrutar, não para carros

David Sim, autor do livro "Cidade Suave", editado pela Tigre de Papel, está em Portugal para apresentar a versão portuguesa da obra. Esta semana, passa por Lisboa, Aveiro, Guimarães e Porto. Durante a apresentação no Instituto Superior Técnico, em Lisboa, Sim destacou, numa entrevista à Antena 1, que a proximidade entre as pessoas torna as cidades mais humanas. Defendeu a importância de espaços públicos diversos, com áreas abertas e outras mais reservadas, como pátios de vizinhança.

O que é uma Cidade Suave?

Segundo Sim, uma cidade é feita de materiais duros, como pedra e metal, mas são as pessoas que a tornam suave. A suavidade está na experiência sensorial e social — como cheiramos, sentimos e interagimos com o espaço e uns com os outros. As cidades, mesmo com prédios e ruas rígidas, ganham vida através das pessoas e das suas interações.

Primeira experiência em Lisboa

É a primeira vez que Sim visita Lisboa, embora já tenha estado no Porto. Ele notou a presença de árvores nas ruas, que alteram a temperatura, o som e a atmosfera. Destacou também a vida nas ruas, com crianças a brincar, pessoas a cumprimentar-se e cafés cheios, o que cria uma presença humana vibrante.

Durante a sua estadia, que coincidiu com os Santos Populares, Sim não reparou nas festas, mas admirou a floração das árvores, com cores rosa e roxa, que encontrou "maravilhosas".

A importância dos espaços públicos

Sim defende que os pátios interiores são espaços semiprivados que oferecem uma alternativa aos espaços públicos mais abertos, como ruas e praças. Estes locais permitem uma interação mais próxima entre vizinhos e oferecem uma experiência mais tranquila, longe do ruído da cidade. Ele também destacou a importância de espaços climáticos, como pátios portugueses, que protegem do calor e do barulho.

A evolução das cidades portuguesas

Ao ver fotografias de vilas antigas em Lisboa e no Porto, Sim observou que estas têm uma escala humana, mas enfrentam o desafio de se adaptarem ao crescente número de carros. Ele acredita que há uma grande oportunidade para transformar estes espaços, tornando-os mais agradáveis para as pessoas, com menos trânsito e mais áreas verdes.

O que torna uma cidade agradável?

Para Sim, uma boa caminhada na cidade depende de vários fatores: a estrutura das ruas, a presença de comércio, a proteção climática e a vida social. Ruas com árvores, cafés e lojas tornam a experiência mais agradável e sociável. Ele acredita que cidades onde as pessoas se encontram diariamente e se conhecem são mais humanas e proporcionam uma vida diária melhor.

Em suma, para David Sim, uma cidade suave é aquela que combina experiência sensorial e social, com espaços públicos diversificados que promovem a interação e o bem-estar das pessoas.