Ricardo Cardoso Pereira, investigador e coordenador científico da licenciatura em Informática do Instituto Superior Miguel Torga, liderou o desenvolvimento de um novo modelo de Inteligência Artificial (IA) em parceria com as universidades de Coimbra e do Porto. Este modelo, que aumenta a capacidade preditiva da IA em até 9%, tem como principal objetivo melhorar a qualidade dos dados, especialmente quando estes estão incompletos.
Denominado Siamese Autoencoder Architecture for the Imputation of Data Missing Not at Random, o modelo foi publicado no Journal of Computational Science. Ele utiliza uma arquitetura inovadora, capaz de aprender e reconhecer padrões, completar dados em falta e superar as limitações dos métodos tradicionais. Aplicado principalmente na área médica, este sistema reduz erros e garante diagnósticos mais fiáveis.
Os testes realizados em 14 conjuntos de dados de saúde comprovaram a superioridade do modelo em comparação com métodos convencionais, como estratégias estatísticas. Este sistema pode ser integrado em ferramentas de apoio à decisão clínica, ajudando a prever a eficácia de tratamentos, identificar doenças cardíacas e até detetar cancro da mama. Está disponível gratuitamente e representa um avanço significativo na medicina diagnóstica.
Segundo Pereira, a IA atual depende da qualidade dos dados para fazer previsões precisas. Com este modelo, é possível estimar dados em falta, trabalhando com estimativas e um nível de erro controlado, o que é sempre preferível a dados incompletos.
 que potencia a medicina de diagnóstico e melhora em 35% a precisão da imputação de dados incompletos.){kind=link}