Quarta-feira, Abril 2, 2025
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Jovens em Aumento: Dependências e Desafios Psiquiátricos na Comunidade Vida e Paz

Numa entrevista à agência Lusa, Rita Rocha, diretora de uma comunidade terapêutica, destacou as mudanças no perfil dos utentes e no tipo de drogas consumidas nos últimos 10 anos. A média de idades dos 65 utentes situa-se entre os 50 e os 55 anos, mas recentemente tem aumentado o número de jovens em tratamento, muitos com dependência de crack ou outras substâncias sintéticas, frequentemente associadas a problemas psiquiátricos como esquizofrenia.

Rita Rocha explicou que estas drogas, muitas vezes produzidas em laboratório com componentes desconhecidos, causam danos psiquiátricos graves e de difícil avaliação. Atualmente, 50% dos tratamentos são para dependência de álcool e os outros 50% para toxicodependência, com o crack a dominar entre as drogas ilícitas. Este derivado da cocaína é mais barato e provoca dependência física e psicológica mais rapidamente.

Há uma década, a heroína e a cocaína eram as drogas mais comuns, enquanto o álcool tinha menor incidência. No entanto, o álcool, socialmente aceite, leva mais tempo a ser reconhecido como um problema, resultando em pedidos de ajuda mais tardios.

Dois utentes, Ricardo Montero e Bruno Pereira, partilharam as suas histórias. Ricardo, de 40 anos, começou a beber aos 8 anos e chegou a consumir seis litros de bagaço por dia. Após quase morrer, decidiu pedir ajuda e está em tratamento há seis meses, focando-se em reconstruir a sua vida e a relação com o filho. Bruno, de 41 anos, começou a consumir drogas aos 12 anos, após a morte dos pais, e passou mais de 20 anos como sem-abrigo. Agora, há quase dois anos em recuperação, quer reconstruir a sua vida e a relação com o filho de 16 anos.

Rita Rocha sublinhou que as mudanças no consumo de drogas exigem tratamentos mais especializados, com maior necessidade de acompanhamento psiquiátrico e, por vezes, internamentos hospitalares. Além disso, a reinserção social destes utentes, muitos sem suporte familiar, é um desafio, exigindo soluções habitacionais e de emprego após o tratamento.

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