Em Braga, durante a abertura da Vinho Verde Fest, José Manuel Fernandes explicou que os apoios aos produtores de vinho dependerão da adesão aos programas e da quantidade de uvas entregues. O Governo planeia ajudar, sobretudo os pequenos produtores, a destilar aguardente e a reduzir as áreas de produção, evitando a destruição anual de vinho. Desde 2020, foram gastos 54 milhões de euros em destilações para álcool industrial, sem resolver os problemas do setor.
Fernandes destacou que o plano do Governo inclui “medidas estruturantes” para proteger o rendimento dos produtores, que tem vindo a diminuir. Entre as propostas, estão apoios para substituir culturas, como a criação de bosques que preservem a paisagem do Douro, uma região onde as vinhas são uma mais-valia.
O governante criticou a descativação tardia de verbas para a promoção do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto, considerando-a “uma vergonha”. Em 2024, foram também proibidos transportes de vinho a granel no Douro e reforçada a fiscalização.
O plano do Governo está em discussão no Conselho Interprofissional do IVDP, com propostas abertas a contributos. Quanto ao estudo sobre a produção de Vinho do Porto com aguardente exclusiva do Douro, já existe um rascunho, mas ainda não está finalizado. Fernandes alertou para a importância de não onerar os produtores ou encarecer o produto, prejudicando as vendas.
Ainda assim, acredita que a incorporação de aguardente pode ser benéfica, desde que não comprometa o stock existente. Manifestou ainda insatisfação com o baixo aproveitamento dos fundos de promoção, já que, de 20 milhões de euros disponíveis, só houve candidaturas para 12 milhões.