Antes de existirem os “haters” das redes sociais, já havia quem telefonasse para casa de Filipa Roseta, atual vereadora da Câmara Municipal de Lisboa (PSD), aos insultos. Filipa contou à Lusa que, em criança, não percebia o que se passava, mas ouvia insultos como “a mãe fez isto, o pai fez aquilo”. Com humor, as três irmãs respondiam às chamadas com piadas e até deitavam o telefone no lixo, dizendo: “Olhe, para si, o lixo!”.
Helena Roseta, deputada constituinte, confirmou que, quando chegava a casa, o telefone já estava no caixote do lixo. As filhas, Filipa (52 anos, arquiteta) e Catarina (54 anos, investigadora ambiental), além de Pedro Roseta, ex-deputado e ministro da Educação, participaram numa conversa na biblioteca do parlamento. Pedro recordou que as filhas só descobriram anos depois que essas chamadas eram motivadas pela atividade política dos pais.
Helena foi eleita para a Assembleia Constituinte em 1975 pelo PPD, tendo-se mais tarde desvinculado para apoiar Mário Soares. Filipa destacou que, antes das redes sociais, já havia quem se desse ao trabalho de telefonar para insultar, usando os números da lista telefónica.
As três irmãs atendiam as chamadas na ausência dos pais e aproveitavam para se divertir. “Ríamos à grande”, confessou Filipa, referindo que aquilo não era pesado ou traumático, mas sim uma situação estúpida que transformavam em diversão. Pedro Roseta orgulhou-se da forma como as filhas lidaram com a situação: “Elas protegeram-nos ali, tiraram-nos uma preocupação”.
Para a família, era uma equipa de cinco elementos que enfrentava as adversidades com humor e união.
