A agência Lusa teve acesso a documentos e conversas que revelam a partilha de respostas entre formandos do curso de Técnico de Emergência Pré-Hospitalar (TEPH). Os formandos, divididos em turmas que frequentam módulos em alturas diferentes, partilham resultados das avaliações através de um grupo de WhatsApp. Um formando anónimo explicou que há um grupo com mais de 80 participantes onde as respostas circulam entre turmas.
Nos testes online, as questões são “praticamente iguais” às dos exames presenciais, facilitando a troca de respostas. Um dos documentos a que a Lusa teve acesso inclui mais de 160 afirmações de verdadeiro ou falso, todas com respostas corretas indicadas.
O curso, que começou este ano com 200 formandos, está a ser contestado por dezenas de participantes. Foram apresentadas denúncias ao Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) e à Associação Nacional dos Técnicos de Emergência Médica (ANTEM). Entre as queixas está a recusa de acesso ao regulamento do curso, situação que o STEPH considera suficiente para impugnar a formação.
Ambas as entidades afirmaram não ter conhecimento da partilha de respostas, mas consideraram o assunto gravíssimo. Para o STEPH, a situação revela “incapacidade do INEM em gerir a formação”. A ANTEM acrescentou que, se confirmada, pode levar à anulação do curso.
A Lusa contactou o INEM, mas não obteve resposta em tempo útil.
