Acesso a Medicamentos e Uso de Psicadélicos: Recomendações e Preocupações
O acesso a medicamentos exige uma prescrição médica e um sistema clínico e farmacêutico que permita ao paciente obter a substância necessária, explicou Albino Oliveira Maia, especialista da Fundação Champalize. Ele destacou que, embora os medicamentos devam ser usados de forma controlada, há casos em que substâncias são desviadas para circuitos paralelos de comercialização.
Os psicadélicos não são uma exceção: há interesse no seu uso tanto fora como dentro do sistema médico. A particularidade é que, neste caso, está a ocorrer uma transformação de substâncias, originalmente fora do âmbito médico, em medicamentos regulamentados.
As recomendações, apresentadas na Fundação Champalize, contaram com contribuições de várias entidades, incluindo ordens profissionais e conselhos éticos. Albino Oliveira Maia alertou para o aumento do consumo de psicadélicos sem regulação, como no Reino Unido, onde o uso recreativo destas substâncias está a crescer.
O especialista criticou a comercialização não médica, muitas vezes ilegal, que utiliza evidências científicas como ferramenta de promoção. Para garantir a segurança, o uso clínico de psicadélicos deve ocorrer em ambiente hospitalar, com profissionais qualificados e em condições controladas. A presença de dois profissionais durante as sessões pode ser necessária, especialmente quando a substância reduz a capacidade de consentimento.
O consentimento informado é essencial, uma vez que estas substâncias alteram o estado de consciência. O paciente deve compreender e aceitar os riscos e benefícios antes do tratamento. Estas medidas visam garantir a segurança e a eficácia do uso de psicadélicos no contexto médico.
