Durante uma cerimónia de partida de 176 militares da Marinha para uma missão da NATO no Mar do Norte, o almirante Nobre de Sousa foi questionado sobre as prioridades que irá apresentar ao novo Governo, após a vitória da coligação AD (PSD/CDS-PP) nas eleições legislativas de 18 de março. Sem revelar detalhes, Nobre de Sousa destacou a retenção de pessoal qualificado como uma das suas principais preocupações, sublinhando que a Marinha tem enfrentado dificuldades em manter os seus militares, muitos dos quais optam por sair devido a oportunidades no mercado de trabalho.
O almirante enfatizou a importância de reter profissionais, especialmente aqueles com 20 anos de serviço, cuja experiência é difícil de substituir. Outra prioridade do seu mandato, iniciado em dezembro de 2023, é garantir o potencial de combate das unidades, sobretudo as envolvidas em missões internacionais, como o navio NRP Bartolomeu Dias, que partiu para a missão da NATO.
Nobre de Sousa referiu também a necessidade de assegurar que os navios estão bem preparados em termos de treino e equipamento para missões exigentes. Quanto ao reequipamento da Marinha, o tema será discutido primeiro com o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas e posteriormente com o Governo.
Antes das eleições, o almirante já tinha defendido a importância de investir na Defesa, alertando para a necessidade de planeamento num cenário de instabilidade internacional. Nobre de Sousa assumiu o cargo de Chefe do Estado-Maior da Armada a 27 de dezembro, sucedendo ao almirante Henrique Gouveia e Melo, atual candidato presidencial.