Numa reunião da Câmara Municipal de Lisboa, a moção do PCP em defesa do transporte ferroviário foi aprovada, com os votos a favor do PS, Livre, Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre) e BE, enquanto o PSD/CDS-PP se abstiveram. A moção propõe a retomada dos comboios da Linha da Azambuja aos fins de semana e feriados, bem como o reforço dos horários, sobretudo fora das horas de ponta. Além disso, o PCP pediu ao Governo obras para a desnivelização da passagem de nível na estação de Marvila, devido ao perigo que representa.
O vice-presidente da Câmara, Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP), responsável pela Mobilidade, afirmou que a liderança PSD/CDS-PP está aberta a analisar a proposta, apesar de não ser da competência direta da autarquia. Destacou também a extensão do elétrico até ao Parque Tejo, que beneficiará um grande número de pessoas.
A vereadora do BE, Beatriz Gomes Dias, apresentou um voto de preocupação pela ausência de medidas para reduzir o tráfego automóvel na cidade, alertando para o aumento de 20 mil carros desde 2017, totalizando cerca de 390 mil veículos diários. A proposta foi aprovada, com o PSD/CDS-PP a votarem contra. Anacoreta Correia contestou os números, alegando “erros metodológicos”, e defendeu que a solução para a mobilidade passa pelo transporte público, destacando medidas como passes gratuitos para jovens e idosos.
Patrícia Gonçalves (Livre) questionou as falhas na rede Gira de bicicletas partilhadas. O vice-presidente reconheceu problemas, incluindo 400 bicicletas inoperacionais devido a um apagão em abril, mas afirmou que a rede praticamente duplicou.
João Ferreira (PCP) expressou preocupações com o terminal rodoviário de Sete Rios, que enfrenta más condições e irá receber a Flixbus, além da Rede Expressos, podendo agravar a situação. Anacoreta Correia admitiu os desafios, mas justificou a inclusão da Flixbus como uma questão de concorrência, sem resultados concretos a apresentar para a melhoria do terminal.
