Domingo, Junho 15, 2025
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Alerta da PJ: Cuidado Redobrado com a Informação Partilhada em Sistemas de Inteligência Artificial

O inspetor-chefe da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e Criminalidade Tecnológica (UNC3T), Luís Afonso, alerta para os riscos de partilhar informações pessoais em sistemas de inteligência artificial (IA). Em entrevista à Lusa, ele destacou que muitas pessoas inserem dados como extratos bancários ou registos médicos para análises, mas desconhecem o que acontece com esses dados depois. "Uma vez colocados, ficam lá para sempre", sublinha, lembrando que o Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) não cobre completamente este novo cenário.

Luís Afonso explica que, ao usar assistentes de IA baseados fora da Europa ou dos EUA, como na China, os riscos são ainda maiores, já que não se sabe como os dados serão utilizados. A IA aprende constantemente com as informações fornecidas, o que a torna uma ferramenta poderosa, mas também potencialmente perigosa. Ele prevê uma "corrida" entre criminosos e autoridades, onde a IA será usada tanto para prever comportamentos criminosos como para criar novos métodos de ataque, incluindo deepfakes de alta qualidade.

A Polícia Judiciária está a investir fortemente na formação de equipas e em tecnologia para lidar com estes desafios. Segundo o inspetor-chefe, há um compromisso sério em não ficar atrás dos criminosos, esperando-se que esta seja uma das áreas prioritárias da polícia no futuro. No entanto, a IA também complica investigações como a pornografia infantil, com ferramentas que dificultam o rastreamento, contrariando métodos já consolidados.

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