Jenilsia, de 20 anos e natural de São Tomé e Príncipe, vive atualmente numa tenda emprestada em Loures, depois de a sua “barraca” no Talude Militar ter sido demolida. Veio para Portugal com o sonho de estudar, mas teve de interromper os planos para trabalhar como cuidadora num lar de idosos, já que a mãe, com problemas cardíacos, não pode trabalhar. Órfã de pai, que faleceu da mesma doença, afirma que não tem família nem apoio em Portugal.
Ela tentou pedir ajuda na Casa da Cultura, mas recusou a proposta de arrendamento por não conseguir pagar a renda e a caução. “Não tinha outra solução”, desabafa, questionando o que faria o presidente da Câmara de Loures, Ricardo Leão, se estivesse na sua situação.
A autarquia de Loures iniciou esta semana uma operação para demolir 64 habitações precárias, onde viviam 161 pessoas. Em dois dias, 55 foram derrubadas, mas as demolições foram suspensas após um despacho judicial, a pedido de 14 moradores.