O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), António Nunes, alertou para as dificuldades enfrentadas pelas corporações devido ao encerramento de urgências hospitalares, o que aumenta os tempos de resposta a emergências pré-hospitalares. Isso obriga os bombeiros a ter mais ambulâncias disponíveis para cobrir as necessidades.
O problema principal não é a falta de veículos, mas sim a escassez de recursos humanos, já que a maioria dos bombeiros trabalha como voluntário. Nunes frisou que, em vez de uma equipa, agora são necessárias duas nos quartéis para lidar com emergências que podem demorar mais de três horas, uma vez que os doentes são muitas vezes transferidos para hospitais distantes.
Esta situação é especialmente grave no distrito de Setúbal, mas também afeta outras regiões do país, como Bragança, Guarda e Viseu, onde os doentes são frequentemente levados para Coimbra. Um exemplo recente foi o nascimento de um bebé na A2, durante o transporte para Setúbal, uma situação que já ocorreu 38 vezes este ano em ambulâncias de bombeiros.
Para atenuar o problema, a LBP e o INEM reforçaram o dispositivo de emergência pré-hospitalar, com duas novas ambulâncias destinadas à Península de Setúbal, que funcionarão até 30 de setembro e cobrirão os hospitais de Almada, Barreiro e Setúbal.
Está ainda planeado estender este reforço sazonal a outros distritos, como Aveiro, Braga e Leiria, após uma reunião prevista para a próxima semana. O Algarve também recebeu recentemente oito ambulâncias adicionais.
Apesar destes esforços, continuam a existir encerramentos de urgências, sobretudo em Pediatria e Ginecologia/Obstetrícia, agravando a pressão sobre os serviços de emergência.
