Centenas de pessoas ficaram sem casa após demolições no Bairro do Talude e na Estrada Militar
Na passada terça-feira, cerca de 100 adultos e mais de 60 crianças do Bairro do Talude, em Loures, ficaram desalojados devido a demolições que decorreram entre as 12h00 e as 16h00. A situação gerou tensões entre a polícia, ativistas e moradores, que tinham sido avisados da intervenção na sexta-feira anterior. O bairro, construído nos anos 1980, era habitado principalmente por imigrantes de São Tomé e Príncipe e Cabo Verde.
O movimento Vida Justa, que acompanhou os protestos, criticou a Câmara de Loures por não oferecer uma solução "viável" para as famílias afetadas. A autarquia, por sua vez, orientou os moradores para os serviços sociais na Casa da Cultura de Sacavém, afirmando ter disponibilizado alternativas habitacionais no mercado de arrendamento, com apoio financeiro para cauções e primeira renda. No entanto, os residentes alegam que os seus salários não lhes permitem suportar os custos atuais do mercado imobiliário.
Entretanto, também a Câmara da Amadora avançou com demolições, desta vez na Estrada Militar da Mina de Água, no antigo Bairro de Santa Filomena. Foram destruídas oito das 22 habitações ilegais, afetando cerca de 30 adultos e 14 crianças. A autarquia prometeu uma "resposta de emergência" e justificou a ação como necessária para evitar retrocessos nos esforços de reabilitação urbana.
O Vida Justa denunciou a falta de alternativas viáveis e a comunicação tardia por parte de ambas as câmaras, sublinhando que os procedimentos foram semelhantes nos dois casos. Os ativistas mantêm-se no terreno para contestar as demolições e as "soluções de sempre".
(Com informações da Lusa)
