Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), criticou Luís Montenegro e o PSD por terem “vendido a alma ao Chega” para se manterem no poder e reforçarem uma agenda populista sobre imigração, numa tentativa de disputar votos com a extrema-direita. Estas declarações foram feitas em Viseu, à agência Lusa. Mortágua afirmou que esta estratégia não combate a extrema-direita, mas sim legitima as suas ideias, especialmente as de André Ventura, líder do Chega, ao conceder-lhe razão em questões populistas.
André Ventura anunciou um “princípio de acordo” com a Aliança Democrática (AD) para alterar a lei da nacionalidade, comprometendo-se a bloquear audições pedidas pela esquerda. Mortágua alertou que esta abordagem, além de não resolver os problemas de integração, economia e serviços públicos, pode agravá-los, destacando que muitos imigrantes trabalham em sectores essenciais, como hospitais e autarquias.
Durante uma conferência de imprensa em Lisboa, Ventura destacou o “entendimento” e a “negociação” entre o Chega e a AD para alterar a lei dos estrangeiros e criar uma nova Unidade Nacional de Estrangeiros e Fronteiras. Assegurou ainda que as alterações à lei da nacionalidade serão discutidas no início da próxima sessão legislativa, em setembro, após o bloqueio de várias audições solicitadas pela esquerda.