O especialista que preside à Comissão Nacional da Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente destacou a importância do alargamento da vacinação contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que causa pneumonias, aos bebés nascidos entre junho de 2025 e março de 2026. Segundo ele, os resultados são consistentes e refletem a experiência internacional.
Frisou que houve uma mudança no padrão sazonal das doenças respiratórias agudas, especialmente nas crianças, com menos casos a chegarem às urgências e internamentos. Em 2023, registou-se um aumento dos casos de gripe (influenza A e B) em crianças, enquanto o VSR diminuiu drasticamente.
Portugal iniciou a imunização contra o VSR em bebés nascidos entre agosto de 2024 e março de 2025. Este ano, o programa será alargado para incluir os nascidos entre junho de 2025 e março de 2026, mas ainda deixa de fora os bebés nascidos em abril e maio de 2024, que poderão ficar desprotegidos no início da época do VSR. O especialista espera que estes sejam incluídos no próximo ano.
Destacou os benefícios da vacinação, tanto em termos de eficácia como de redução de custos para o país, incluindo o absentismo dos pais e o risco de contágio familiar.
Segundo a ex-secretária de Estado da Saúde, Ana Povo, em 2023 houve uma redução de 85% nos internamentos de bebés até aos três meses e de 40% naqueles entre três e seis meses.
O especialista, Caldas Afonso, enalteceu as altas taxas de vacinação em Portugal e a política robusta na área materno-infantil, que prioriza a prevenção. Acredita que o país está no caminho certo e que, no próximo ano, o programa será ainda mais alargado, seguindo o exemplo de outros países europeus.