O Ministério Público (MP) anunciou hoje que dois indivíduos foram detidos e colocados em prisão preventiva, acusados de crimes como auxílio à imigração ilegal, angariação de mão de obra ilegal, tráfico de pessoas e branqueamento de capitais. A investigação, sob o nome de “Operação Abatedouro”, também está a analisar suspeitas de corrupção no setor privado, fraude fiscal, falsificação de documentos e tentativas de obtenção fraudulenta de subsídios.
Segundo o MP, os detidos estão ligados a pagamentos indevidos de empresários do setor da carne a funcionários de duas empresas de retalho alimentar, em troca de tratamento preferencial nas encomendas. Além disso, estão sob investigação candidaturas a fundos comunitários para obras e máquinas no setor agropecuário, com suspeitas de falsificação de documentos e omissão de factos relevantes.
O MP destacou ainda a exploração de cidadãos de países terceiros, que aceitaram trabalhar sem contrato e receber salários abaixo do mercado, em setores como o abate e comercialização de carne. Estes trabalhadores eram recrutados por empresas que declaravam falsamente o seu objeto social, criando custos fictícios para reduzir lucros tributáveis e deduzir indevida e ilegalmente IVA.
Durante a operação, foram apreendidos cerca de meio milhão de euros, 70 cavalos, 60 ovelhas e 10 viaturas. A investigação, que decorre desde janeiro de 2019, contou com a colaboração de diversos organismos, incluindo a PSP, a Autoridade Tributária e a Autoridade para as Condições do Trabalho.