Filipe Batista, presidente da Orla Periférica – Associação de Nadadores-Salvadores do Interior, que abrange os distritos de Castelo Branco, Guarda e Portalegre, alertou para a falta de nadadores-salvadores na região. Segundo ele, a procura por estes profissionais é muito superior à oferta, e as entidades só se lembram do problema quando chega o verão.
Batista defendeu um planeamento mais eficaz e a partilha de recursos entre municípios para reduzir custos e garantir a cobertura necessária. Sugeriu ainda a inclusão de trabalhadores de piscinas cobertas para reforçar a equipa durante o verão, tornando o trabalho menos sazonal.
A formação de nadadores-salvadores também enfrenta desafios, com cursos lotados e poucos formadores disponíveis. A maioria dos formandos são estudantes de fora da região, o que dificulta a sua permanência local. A certificação, válida por três anos, exige 150 horas de formação.
Batista destacou que a escassez de profissionais leva a que alguns espaços de banhos não abram ou funcionem sem vigilância, aumentando o risco de afogamentos. Em 2024, quase todos os 38 afogamentos registados ocorreram em áreas não vigiadas.
Para resolver o problema, o presidente da Orla Periférica pede a implementação de incentivos, como a isenção de propinas, e medidas que permitam aos estudantes trabalhar sem prejudicar as bolsas de estudo.